Museu de Lisboa abre, a 24 de julho, exposição de fotografia sobre a cidade em quarentena, através da objetiva de quatro fotojornalistas.
«Lisboa Ainda» mostra, no Pavilhão Preto do Museu de Lisboa - Palácio Pimenta, os projetos fotográficos de quatro fotojornalistas com percursos diferentes: Tiago Miranda, Pedro Nunes, Luís Miguel Sousa e José Fernandes. «Quatro olhares distintos sobre uma Lisboa em quarentena. São quatro olhares de quem conseguiu, através da objetiva, captar a essência e a beleza de uma cidade confinada acrescentando assim uma nova dimensão àquele que seria o seu objetivo inicial: informar», explica Rita Palla Aragão, comissária da exposição.
Lisboa sofreu, durante a quarentena, uma alteração profunda na sua vivência que ficará, para sempre, na memória coletiva. Aos fotojornalistas coube a difícil tarefa de captar imagens diretamente relacionadas com a pandemia, imagens de pesar e de sofrimento humano. E também a tarefa, não menos difícil, de ir registando, através das suas objetivas, as alterações profundas que se tinham operado no nosso mundo quotidiano. «Fotografar a cidade parada. Sem o aeroporto e as escolas, mas também sem teatros e cinemas, cafés e esplanadas, restaurantes e bares, concertos e bailados, lojas e quiosques, floristas e vendedores ambulantes, mercados e feiras. Com a cidade parada, sem o movimento dos seus habitantes, desapareceram os pequenos gestos de cada um e que fazem o dia a dia de todos – “Lisboa não tem beijos nem abraços (...) não tem passos”, como tão bem descreveu Manuel Alegre durante este período, num poema que marcará para sempre este tempo e que empresta o título à exposição – Lisboa Ainda», assinala a comissária.
Em quatro núcleos, caminhamos pela cidade conduzidos pelo olhar dos quatro fotojornalistas portugueses:
Pedro Nunes fotografou a cidade na primeira manhã da primeira segunda-feira da primeira semana da quarentena. «O tempo é diferente, o objetivo é o de sempre: mostrar o que acontece. Só que, nesta manhã, parece que não acontece», salienta Rita Palla Aragão.
Luís Miguel Sousa voltou aos lugares que antes havia fotografado repletos de turistas para, com o mesmo enquadramento, captar o contraste «e assim nos mostrar o quão volátil é, afinal, a realidade», nota a comissária.
Tiago Miranda conduziu por Lisboa e fotografou-a pela janela do carro. Para Rita Palla Aragão, «constatamos que a lente foi passeando pela cidade e captando o que o fotojornalista sentiu: a cidade como um não-lugar».
José Fernandes desenha a escuridão com luz. «Incide sobre as nossas figuras um destaque em branco que poderá ter muitos significados mas que é, inequivocamente, de luz», assinala.
A completar, uma sala dedicada ao poema que Manuel Alegre escreveu sobre a cidade durante a quarentena, Lisboa Ainda, e ainda excertos de poemas de Manuela de Freitas, Maria Teresa Horta e Sophia de Mello Breyner.
Comissária Rita Palla Aragão
Fotografias José Fernandes, Luís Miguel Sousa, Pedro Nunes, Tiago Miranda
Poema Manuel Alegre
Excertos de poemas Manuela de Freitas, Maria Teresa Horta e Sophia de Mello Breyner
De 24 julho a 20 setembro
De terça a domingo, das 10h00 às 18h00
Conversa com a comissária e os 4 fotojornalistas
3 SET, 18H00
Entrada livre.
Reserva prévia: info@museudelisboa.pt
Visitas orientadas pela comissária
26 JUL, 11H00
16 AGO, 11H00
13 SET, 11H00
> 10 anos
Duração: 60 minutos
Visitas orientadas para famílias
9 AGO, 11H30
6 SET, 15H30
> 6 anos
Duração: 60 minutos
Adquira os bilhetes em Blueticket.pt
Mais informações: servicoeducativo@museudelisboa.pt ou 217 513 256
Lotação: 8 pessoas por visita
Horário: terça a sexta, 11h - 17h; sábado e domingo 11h - 18h
Bilhete normal 3€ (acesso a todo o espaço do Museu de Lisboa - Palácio Pimenta)
Contacto geral
Núcleo-Sede: Palácio Pimenta
Campo Grande 245, 1700-091 Lisboa
Tel: 217 513 200
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