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Museu de Lisboa distinguido com Prémio SOS Azulejo 2019-2020

06 mai 2021

Neste Dia Nacional do Azulejo, 6 de maio de 2021, o Museu de Lisboa foi distinguido com o Prémio «História de Arte – Inventário», pela edição do livro «Devoção e Fé. Registos em azulejo na cidade de Lisboa», distinção atribuída pelo júri dos Prémios SOS Azulejo 2019-2020, presidido pelo Professor Vítor Serrão.

Esta monografia, dos autores Margarida Almeida Bastos e Fernando M. Peixoto Lopes, também já tinha sido distinguida em dezembro de 2020 pela APOM. Composto por estudo e corpus sobre registos de santos em azulejo da cidade de Lisboa (do século XVII até à atualidade), resulta de uma década de investigação, período ao longo do qual a cidade sofreu grandes transformações que tiveram como consequência o desaparecimento de muitos destes painéis de azulejos.

A obra integra um vasto corpus ilustrado, o primeiro até agora realizado sobre registos em azulejos, que contempla 564 registos, desde o século XVII até cerca de 1835. Organizado com grande rigor, identifica e localiza os painéis, disponibilizando outras informações que complementam os exemplares inventariados. Este trabalho constitui, assim, uma ação direta de salvaguarda do património da cidade, não só pelo seu registo e estudo, mas também pela sua divulgação pública.

O «Restauro de 4 painéis azulejares datados do Séc. XVIII – Valorização do Património Azulejar do Museu de Lisboa», realizado por Bruna Pereira de Oliveira – Cooperativa Água de Cal Conservação e Restauro, foi também distinguido nesta edição com o prémio «Intervenção de Conservação e Restauro». Estes painéis de azulejo pertencem à coleção do Museu de Lisboa e, muito em breve, ficarão disponíveis ao público na nova exposição de longa duração, no Palácio Pimenta. 

Veja no nosso canal de YouTube um pouco do processo de restauro de um desses painéis, o painel de azulejos «Terreiro do Paço», que sobreviveu ao terramoto de 1755, numa quinta nos arredores de Lisboa. Foi daí que, em 1963, veio para o então Museu da Cidade, hoje Museu de Lisboa - Palácio Pimenta, juntamente com outros três painéis, adquiridos por 50 contos (cerca de 250 euros). Nesses 192 quadradinhos de cerâmica, que se estendem por quase 3,5 metros de comprimento e pouco mais de um metro de altura, guarda-se um dos poucos testemunhos do coração da capital na primeira metade do século XVIII e do seu quotidiano.

O Museu de Lisboa congratula-se pelo prémio recebido e felicita todos os galardoados.

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© Museu de Lisboa