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Uma chocolateira do século XIX para celebrar o Dia Mundial do Chocolate

Peça em destaque

07 jul 2020

No Dia Mundial do Chocolate, o Museu de Lisboa destaca esta peça do seu acervo que, imaginamos, terá proporcionado muitos momentos doces e reconfortado muitos estômagos.

A chocolateira servia para a confeção de chocolate quente, bebida cujo ingrediente principal é o cacau. Este fruto, proveniente das bacias dos rios Orenoco e Amazonas, chegou à Europa no séc. XVI pela mão dos castelhanos, depois de estes terem contactado com os astecas e seus costumes, nas suas viagens ao continente americano.

O consumo do xocolati, uma bebida altamente nutritiva feita a partir das favas secas e moídas de cacau, às quais se adicionava água, baunilha, especiarias e farinha de milho, era prática habitual deste povo. Devido às suas características nutritivas e até medicinais, depressa os colonizadores deram início à sua exploração e trouxeram-no para o continente europeu.

A partir de Castela, o consumo do cacau foi-se disseminando pela Europa e passou a ser utilizado das mais diversas formas. Um dos primeiros receituários portugueses a referir o modo de preparar o chocolate é o livro Arte de Cozinha (…), escrito por Domingos Rodrigues, em 1686.

A receita original foi alvo de diversas adaptações, sendo que a mais relevante, atribuída aos carmelitas de Oaxaca (México), consistiu na adição de açúcar de cana ao cacau e à baunilha e na eliminação das especiarias.

Vulgarmente mencionado nos relatos de viagens dos estrangeiros que visitavam Portugal, o consumo de chocolate quente transformou-se numa verdadeira moda entre os grupos mais abastados da sociedade do séc. XVIII, refletindo assim a adoção de um novo hábito alimentar e ritual de sociabilidade.

Esta nova prática deu origem a novos utensílios domésticos, tanto vocacionados para a sua confeção – a chocolateira, por exemplo –, como para o seu consumo, com o aparecimento de mais um tipo de chávena, maior do que a de chá e, por vezes, com tampa.

A chocolateira, de formato semelhante à cafeteira, apresentava a especificidade de possuir uma tampa com um orifício, no qual era introduzida uma varinha para bater o Chocolate. Eram habitualmente fabricadas em argila ou cobre, embora também se conheçam outros exemplares, menos vulgares e surgidos numa fase posterior, produzidos em prata, folha da Flandres ou porcelana.

«Chocolateira»
Cobre
Séc. XIX
Museu de Lisboa - MC.MET.0090

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chocolateiraMCMET0090.jpg

© Museu de Lisboa