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Os Espacialistas no Teatro Romano

O lugar de onde se vê o Tempo, o Corpo, o Espaço

06 abr 2021 — 27 jun 202110h – 18h

3 € (inclui entrada no Museu)

«Os Espacialistas no Teatro Romano. O lugar de onde se vê o Tempo, o Corpo, o Espaço» é uma exposição fotográfica através do qual o coletivo Os Espacialistas se apropriam do sítio arqueológico pelo corpo humano, com uma nova habitabilidade criada nas ruínas, o lugar de onde se percebe o tempo, mas também o corpo e um espaço infinito para olhar e de novo habitar.

A partir da etimologia da palavra «Teatro», o lugar de onde se vê, e da sua condição de museu de sítio, Os Espacialistas, propõem-se «imaginar a memória» do Teatro Romano de Lisboa, através de um conjunto de exercícios de espaço de natureza escultórica/performativa com o intuito de procederem a uma escavação arqueológica translúdica da criatividade, onde os gestos, enquanto ideias do corpo, são desenhados fotograficamente, em diálogo fragmentário, com os espaços r/existentes do Teatro Romano: o lugar (de) onde se pode ver a passagem do Tempo, a presença do Corpo e a construção do Espaço, não só da cidade de Lisboa, mas de todos nós, que a habitamos e imaginamos.

Através da criação de um ensaio fotográfico apresentado na fachada do edifício contíguo ao sítio arqueológico e de um conjunto de micro-instalações de natureza artística, lúdica e pedagógica, disseminadas pelos espaços do museu, Os Espacialistas apresentam um conjunto de diálogos performativos com formas i/materiais diversas, desde a escala do corpo à escala da mão. Com eles iluminam as particularidades do espaço do teatro, as espécies de espaços existentes, os objectos quotidianos e o gestos de outrora, e criam formas de esculpir no vazio a apresentação do Tempo, do Corpo e do Espaço, sujeitos à acção transformadora e reveladora da imaginação.

Com a ajuda do Kit Espacialista, repleto de objectos, gestos, materiais e corpos, a fotografia assume o papel maior, dessa vontade escultórica de re/apresentação das espécies de espaços do teatro, enquanto dispositivo narrativo criador de diálogos de medi(a)ção das intensidades reais e imaginárias do espaço arqueológico em questão.

Ao transformarem um tijolo de construção numa peça de jogo dómino ou numa máscara, uma tábua de madeira numa miniaturização lúdica de uma ruína em des/construção ou uma simples folha de papel dobrada num achado arqueológico, com a r/existência de uma pedra, Os Espacialistas atribuiem a esses objectos além da qualidade de objectos desenterrados, resultantes de escavações anatómicas da imaginação, o estatuto de pequenos monumentos narrativos, personas arquitectónicas, «transobjestos», que vão desde a escala do espaço até à escala da imaginação, capazes de ex(er)citarem arqueologicamente e p/referencialmente obras de outros artistas como o «Estudo para dois espaços», de Helena Almeida, «Void Room» de Yves Klein, «O Grito» de Edvard Munch, «My Hands Are My Heart» de Gabriel Orozco, «Teorema» de Piero Paolo Pasolini, «Libray» de Luis Camnitzer ou «A criação de Adão» de Michelangelo.

O Teatro é o lugar, por excelência, da palavra transformada em espaço. Neste sentido a intervenção d`Os Espacialistas, pretende revelar a Poética (Arqueológica) do Espaço do Teatro Romano a partir de um conjunto de re/acções poéticas de natureza arqueológica, em que o Tempo, o Corpo e o Espaço se encontram em diálogo nas suas pedras i/materiais.
 

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© Museu de Lisboa

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© Museu de Lisboa

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© Museu de Lisboa

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© Museu de Lisboa

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© Museu de Lisboa

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© Museu de Lisboa