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Aprender para lá das paredes do museu e da escola

06 abr 2023

Ao longo de parte do ano letivo 2022-2023, 28 alunos da turma 9.º 2 da Escola Secundária Padre António Vieira foram desafiados pelo serviço educativo do Museu de Lisboa e pelo artista Rui Horta Pereira a observar a cidade com olhos atentos e a descobrir a sua história.

Durante 7 meses, alunos e professores fizeram 8 percursos temáticos em Lisboa e visitas aos vários espaços e exposições do Museu (Palácio Pimenta, Casa dos Bicos, Santo António e Teatro Romano), orientados por mediadores do museu. No decurso destas atividades, os alunos foram registando a sua experiência num diário gráfico, recorrendo para tal a diversas técnicas de expressão visual propostas por Rui Horta Pereira.

Estes exercícios de registo através do desenho pretendiam exercitar o olhar dos alunos, despertando a sua curiosidade e atenção para aspetos da história e da realidade atual da cidade que passariam despercebidos de outra forma. Esta abordagem foi concebida pelo serviço educativo do Museu e Rui Horta Pereira com o intuito de promover uma reflexão sobre as relações entre o passado e o presente da cidade, como é que as duas realidades temporais se cruzam, onde se encontram e de que modo podem influenciar o seu futuro.

Sara Alves, uma das alunas do 9.º 2 afirma que o projeto «motivou-me a pensar que quero visitar mais coisas. Deu-me vontade de agarrar no passe e ir a sítios mais longe, onde eu não costumo ir, experimentar sítios novos».

Entre detalhes da cidade e esboços de interpretação livre, foi construída uma narrativa visual explanada num mural que revela o modo como cada aluno encara agora a cidade, pintado pelos alunos, as suas famílias e os professores, num processo colaborativo, de diálogo entre impressões e expressões visuais.

«O que temos [aqui] no mural, que ficou absolutamente maravilhoso, é só o resultado, porque todo o processo foi muito enriquecedor», afirma Luciana Borges, mãe de um dos alunos que participou no Riscar a Cidade. «Eu acho que os alunos ficaram mais próximos, mais maduros, mais confiantes… Não foi só um projeto de arte, foi um projeto social, um projeto de amizade e um projeto de educação muito forte».

Ana Margarida Campos, mediadora cultural do Museu de Lisboa, conclui que «Acho que foi uma experiência muito gratificante para todos os envolvidos. Pudemos contar com o apoio dos professores desde o início e conquistámos a cumplicidade dos alunos ao longo do processo, através da satisfação que nos deu a todos criar algo em conjunto, convivendo e partilhando. Estes projetos mais prolongados dão-nos a oportunidade de desenvolver uma relação próxima com os professores e um genuíno espírito de colaboração e entreajuda, para proporcionar aos alunos esta experiência de aprendizagem fora do ambiente escolar».

Este projeto de continuidade do Museu de Lisboa está integrado na Bienal das Artes e Educação 2023 RETROVISOR: Uma História do Futuro, promovida pelo Plano Nacional das Artes, e a exposição em que o mural se encontra incluído pode ser visitada até ao dia 30 de junho de 2023, no jardim do Museu de Lisboa - Palácio Pimenta.

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© José Avelar/Museu de Lisboa